A Catland, ONG fundada por Perla Poltronieri em 2012, tem como objetivo sensibilizar a sociedade sobre a guarda responsável de animais e controlar a população de gatos de rua.
A organização já resgatou mais de 6.500 gatos em risco e encontrou lares responsáveis para eles. Além disso, com uma equipe de mais de 500 voluntários, a Catland é referência na proteção de felinos.
A missão da Catland foi discutida em uma conversa com Perla:
“Sempre me envolvi com trabalho voluntário e projetos sociais. Uma amiga, que agora é diretora financeira de uma ONG, adotou um gato para meus filhos. Isso nos levou a pesquisar sobre cuidados com gatos, uma realidade completamente nova para nós. Comecei a entender o sofrimento desses animais e a importância de cuidar deles corretamente. Lembro-me de um zelador que queria se livrar dos gatos do prédio, mas aprendi que não é assim que as coisas funcionam.”
Perla, ao entrar em contato com a realidade do abandono animal, percebeu um preconceito existente. Essa experiência gradualmente transformou sua vida e sua visão de mundo:
“Em vez de sacrificar os gatos, decidi cuidar deles e procurar lares para adoção. Com a ajuda da minha família e amigos, começamos a resgatar gatos e arrecadar fundos. Usei quartos vazios na minha casa para abrigar as gaiolas, e as pessoas começaram a se envolver. Isso levou à criação da Catland. Quando tínhamos oitenta gatos, decidimos alugar um imóvel adequado para a Catland.”
A Catland, que começou como um grupo, passou por várias transformações e desafios até se tornar uma ONG. Perla discutiu o processo de se tornarem uma entidade jurídica e o impacto disso no início do trabalho:
“Decidimos alugar um imóvel para a Catland, o que foi um desafio. Inicialmente, éramos um grupo de pessoas, mas decidimos nos tornar uma ONG em 2013 ou 2014 para profissionalizar e receber apoio empresarial. Isso levou a mudanças, incluindo a fundação de uma organização com CNPJ. Começamos a arrecadar fundos e expandir nossa presença online. Realizamos eventos para arrecadar fundos e a comunidade começou a nos apoiar. Atualmente, temos mais de 500 voluntários ativos e estamos desenvolvendo um software para gerenciar as atividades da equipe. Acredito no potencial humano para promover grandes transformações e na necessidade de evolução da sociedade. A transformação começou dentro de mim.”
Perla, antes focada em sua carreira, passou por uma mudança de prioridades ao se envolver com a Catland. Ela discutiu como essa transição afetou sua percepção de sucesso e satisfação pessoal:
“Antes, meu foco era o trabalho e o reconhecimento, mas trabalhar na Catland me mostrou que há satisfação maior. Formamos um grupo de voluntários que cresceu de 80 para 300, ajudando milhares de gatos. Com a união, aumentamos significativamente o número de gatos que conseguimos ajudar. Temos uma equipe de coordenadores e voluntários dedicados que contribuem semanalmente. Estamos planejando expandir nossa gestão e oferecer treinamentos para os voluntários. Nosso site, antes complicado, agora é mais dinâmico.”
Perla destacou o alto engajamento e interesse genuíno das pessoas no trabalho da Catland. Ela discutiu como lida com a percepção errônea de que o trabalho das ONGs é insignificante e o impacto transformador que a Catland tem na vida das pessoas envolvidas:
“Parcerias inesperadas surgiram ao longo do caminho. Nunca pagamos por publicidade, mas alcançamos um grande engajamento nas redes sociais. As pessoas interagem porque estão genuinamente interessadas. Tenho orgulho disso, pois muitos não veem o impacto transformador que temos. Uma pessoa disse em uma entrevista: ‘Eu fui transformada. O projeto me salva’. As pessoas se unem para fazer parte disso, o que traz significado para suas vidas. Muitos não entendem que é um trabalho transformador e há muitas pessoas querendo fazer parte disso.”
Além disso, ela complementa:
“No início, a adoção na Catland era caótica, mas em 2017, começamos a planejar de forma mais estruturada. Lidar com muitos animais é desafiador, mas encontramos uma nova abordagem. Com a ajuda de uma assistente e do que vocês fizeram, priorizamos a educação. Estamos nos organizando e transmitindo essa mentalidade para as crianças. Realizamos eventos, como uma feijoada vegana, que aumentam o engajamento. Nos preocupamos em não colocar o gato em risco novamente e só oferecemos adoção para pessoas responsáveis. Precisamos mudar a mentalidade de que a adoção é apenas pegar um bichinho de pelúcia.”
A Catland, além de resgatar e cuidar de gatos, promove uma abordagem educativa. Perla enfatiza a importância de educar as crianças e garantir adoções responsáveis. Ela discute a pressão de encontrar lares seguros para os gatos e o papel da educação na mudança de mentalidade sobre adoção responsável:
“O respeito pelos outros é fundamental na Catland, onde o dia a dia pode ser desafiador. Frequentemente, estou envolvida diretamente no resgate de animais e em tarefas operacionais. Recebemos uma média de 100 pedidos de resgate diariamente. A educação é um pilar da Catland, e oferecemos ajuda individualizada. Estamos operando na capacidade máxima e enfrentamos o desafio de atender às necessidades de São Paulo. Precisamos de pessoas para várias tarefas, desde medicar gatos até lidar com questões legais. Temos parcerias com veterinários e biólogos dedicados à ecologia e ao comportamento animal.”
A Catland se beneficia da diversidade de habilidades e experiências de sua equipe, que inclui profissionais qualificados e voluntários dedicados. Perla destaca a parceria conosco e a colaboração com a Universidade Federal do Paraná na criação de materiais informativos. Ela vê essas parcerias como contribuições significativas para o trabalho da Catland em fornecer cuidados e educação de qualidade para os gatos:
“Na Catland, temos profissionais qualificados e voluntários contribuindo de várias maneiras, desde limpar caixas de areia até participar de resgates. Temos uma variedade de perfis e mais de 30 pessoas envolvidas em várias tarefas. Ajudamos protetores independentes e temos uma parceria com vocês para criar materiais informativos. Também contribuímos para um livro da Medicina do Coletivo, uma experiência maravilhosa que nos permitiu ensinar.”
Perla, da Catland, enfatiza a importância da qualidade da alimentação para a saúde dos gatos, notando uma diferença na saúde dos gatos que consomem a nossa ração. Ela vê a alimentação adequada como fundamental para a saúde e bem-estar dos gatos e isso é refletido no dia a dia:
“Eu valorizo vocês por seus produtos de qualidade, incluindo ração e produtos veterinários, que uso em casa. A responsabilidade técnica da Dra. Beatriz Marques é impressionante, assim como a diferença na saúde dos gatos quando consomem a ração de vocês. A qualidade técnica é crucial para evitar problemas de saúde. Por isso, sempre recomendo a ração de vocês.”
Perla também contou sobre como vê o impacto da educação e do engajamento das pessoas na transformação da sociedade e no legado que a Catland está construindo:
“Educação é um pilar na Catland e estamos expandindo nossa parceria com vocês. Iniciamos um movimento este ano, marcando o 10º aniversário da Catland, com o objetivo de fazer a diferença. Plantamos uma semente para o futuro, um projeto transformador que levará tempo. Tenho certeza de que minha semente será colhida por futuras gerações. Além disso, com o apoio de vocês, temos parceria com a Universidade Federal do Paraná. Outro fator fundamental é ver como, por exemplo, uma jovem que organizou um evento para a Catland há cinco anos agora é uma voluntária ativa. É maravilhoso ver o engajamento e desenvolvimento das pessoas. Isso é a semente que estamos plantando.”
A partir disso, ela menciona uma história curiosa que mostra como fazer o bem sem importar a quem é fundamental na vida, e como a Catland muda a vida das pessoas que passaram por ela:
“Recebi um contato de alguém do banco de alimentos, que me ofereceu um lote de ração úmida, um luxo para a Catland. Isso foi gratificante e reverberou positivamente, ajudando protetores que enfrentam dificuldades financeiras. A pessoa, que havia sido voluntária há cinco anos, está nos ajudando agora. Fomos buscar um pallet de sachês, que é uma festa para os gatos. Isso muda a vida das pessoas e mostra que podemos fazer a diferença. As pessoas podem ajudar de várias maneiras, seja virtualmente ou presencialmente.”
A Catland oferece oportunidades de voluntariado virtual, permitindo o envolvimento e contribuição de casa. Perla sugere visitar o site da Catland para informações sobre transparência, balanços financeiros e como se juntar à equipe:
“Temos voluntários internacionais que nos permitem realizar várias atividades. Convido as pessoas a visitarem nosso site renovado para informações sobre a Catland e para se tornarem parte da nossa equipe de casa. As pessoas podem se voluntariar entrando em contato com o RH através do e-mail disponível no site, indicando sua disponibilidade. O RH tenta conciliar a agenda do voluntário com nossas necessidades.”
Não é à toa que Catland tem mais de 500 voluntários, cada qual gerenciado de forma integral e, ao mesmo tempo individual, a fim de melhorar e otimizar o dia a dia da ONG:
“Gerenciamos mais de 500 pessoas virtualmente, sem custo. Temos produtos à venda que apoiam nossa causa. Um projeto social deve estar alinhado com o que nos motiva. Embora o dinheiro esteja envolvido, a verdadeira recompensa é a satisfação pessoal.”
Perla enfatizou o poderoso impacto de influenciar outros e a importância de eliminar vulnerabilidades para enfrentar desafios ambientais e sociais relacionados aos animais:
“O impacto é incrível quando uma pessoa influencia outras, criando um efeito multiplicador à medida que as mentalidades mudam. Idealmente, não haveria vulnerabilidade, evitando problemas ambientais e sociais relacionados aos animais. No entanto, a existência dessas situações indica que há muito trabalho a ser feito. Ainda há muito a conquistar e desenvolver, e pretendo usar a ciência a nosso favor, consultando vocês e considerando a Universidade Federal do Paraná. Precisamos de orientação e direção, pois ninguém pode fazer tudo sozinho.”
Perla mencionou a equipe da Catland dedicada ao acompanhamento pós-adoção e às visitas, que mantém um vínculo próximo com os adotantes. Ela discutiu os desafios de lidar com diferentes mentalidades e de equilibrar as necessidades individuais com o impacto positivo na comunidade.
“Lidamos com as expectativas das pessoas na Catland, implementando um questionário para entender melhor suas necessidades. Temos equipes dedicadas a visitas e pós-adoção, mantendo contato regular com os adotantes. Muitos adotantes se tornam voluntários, contribuindo para uma taxa de conversão de mais de 40%. Incluímos voluntários corporativos de empresas como a Google. As pessoas que se envolvem com a ONG geralmente têm diferentes tipos de animais de estimação e se envolvem em vários projetos. Lidar com diferentes mentalidades é um desafio, mas mantemos o equilíbrio e o foco, pois ajudar uma pessoa impacta toda a comunidade.”
Perla destacou a importância da funcionalidade do produto da Catland, com foco no acesso ao site e na disponibilidade de gatos para adoção. Ela mencionou o trabalho contínuo da equipe para atualizar e adicionar gatos, seguindo um protocolo de doação alinhado com as normas da Saúde Única:
“Na Catland, priorizamos a funcionalidade do nosso produto. Trabalhamos intensamente para que as pessoas acessem nosso site e encontrem gatos para adoção. Nossa equipe dinâmica atualiza constantemente o site e segue um protocolo de doação que respeita as normas da Saúde Única. Enfrentamos desafios, como a necessidade de agir rapidamente para atualizar informações e arrecadar fundos para comprar areia para as caixas de areia dos gatos. O apoio que recebemos é incrível e fundamental para o nosso sucesso.” A entrevista com Perla revela a jornada inspiradora de uma organização que começou com um simples ato de bondade e cresceu para se tornar uma referência na proteção de felinos. Ela acredita no potencial humano para promover grandes transformações e vê a Catland como uma semente para o futuro, um projeto transformador que levará tempo, mas cujos frutos serão colhidos por futuras gerações.